Dominguinhos o sanfoneiro mais famoso do Brasil lutava contra um câncer de pulmão a seis anos.
O Brasil está de luto e a sanfona está mais triste. O cantor e compositor Dominguinhos, de 72 anos, morreu às 18h desta terça-feira (23) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Dominguinhos lutava contra um câncer no pulmão e fazia sessões de quimioterapia a seis anos.
Domingunhos estava internado desde 17 de Dezembro. No dia 22 daquele mês, precisou passar por uma cirurgia para a colocação de um marca-passo cardíaco temporário por conta da arritmia. Nesse período, o cantor foi submetido a uma traqueostomia e hemodiálise. Dominguinhos ficou sem sedação e, mesmo assim, não se comunicava com a família e médicos.
Em 1964 Dominguinhoso rei do forró lançou o primeiro de cerca de 30 álbuns, "Fim de Festa". Onze anos depois gravou "Eu Só Quero um Xodó", que ganhou versões em diversas línguas. Durante a carreira, fez parcerias com músicos como Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia, Gilberto Gil, Chico Buarque, Djavan e Elba Ramalho, intérprete de "De Volta pro Aconhego". Outros sucessos incluem "Isso Aqui tá Bom Demais", "Tenho Sede", "Lamento Sertanejo" e "Tantas Palavras".
Entre os prêmios que recebeu está o Grammy Latino de melhor álbum regional, em 2002, por "Chegando de Mansinho". Em 2010, foi homenageado pelo Prêmio Shell de Música e se apresentou em um show no Rio de Janeiro com convidados como Elba, Gil e Marcelo Mimoso.
Em 2008, o filme O Milagre de Santa Luzia, de Sérgio Roizenblit, faz uma viagem do Exu a diferentes toques da sanfona do país. O condutor da peregrinação é Dominguinhos, que compartilha histórias e músicas e faz entrevistas com representantes do instrumento, como Arlindo dos Oito Baixos, Camarão, Genaro, Renato Borghetti e Sivuca - última entrevista dada por ele, antes de falecer em 2006. Elogiado pela crítica, o documentário venceu o prêmio 41º Melhor Trilha Sonora do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Considerado o sanfoneiro mais importante do país e herdeiro artístico de Luiz Gonzaga (1912-1989), José Domingos de Morais nasceu em Garanhuns, no agreste de Pernambuco. Conheceu Luiz Gonzaga com 8 anos. Aos 13 anos, morando no Rio, ganhou a primeira sanfona do Rei do Baião, que três anos mais tarde o consagrou como herdeiro artístico.
“Luiz Gonzaga estava divulgando para a imprensa o disco ‘Forró no escuro’ [1958] quando me apresentou como seu herdeiro artístico aos repórteres”, lembrou-se Dominguinhos, em entrevista ao G1, durante os festejos do centenário de Gonzaga, em dezembro do ano passado. “Foi uma surpresa muito grande, não esperava mesmo”, assegurou.
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